Acredito
que assim como eu, todos tenham algumas comidas no meu caso várias que
marcaram a vida de alguma forma. Da mesma forma como uma música, um cheiro ou
até mesmo uma palavra podem trazer a tona memórias adormecidas, comidas também
têm esse mesmo poder. Pode ser aquele bolo que a sua avó fazia especialmente
para você, aquela comidinha que a sua mãe preparava quando você ficava doente e
por aí vai. Há muito tempo venho me preparando para fazer essa receita. Acho
que esse quitute é um daqueles que todo mundo já teve o prazer de comer quando
criança e, depois de adulto, deixou cair no esquecimento. A receita de hoje
veio do fundo do baú e repleta de saudade: bolinho de chuva da vovó.
No
final do ano passado, durante uma tarde na agência, uma pessoa comentou em voz
alta que estava com vontade de comer bolinho de chuva, mas que não tinha nenhuma
boa receita na manga. A conversa passou pela Palmirinha, pelo fato de que
apesar de simples nem sempre a receita era boa, que o principal ingrediente era
amor e, por último, que apenas avós tinham o dom de preparar um bom bolinho de
chuva.
Tive
que concordar com todos os pontos, mas em especial o último: nunca ninguém
conseguiu reproduzir com tanta maestria a receita da minha avó Lourdes. O
bolinho de chuva dela era capaz de dobrar até o mais enjoado. Durante esse
momento de puro saudosismo, lembrei que quando mais nova havia pego a receita
com ela e que, muito provavelmente, ainda tinha ela guardada em algum lugar.
Temos
o hábito de guardar os livros de receitas e qualquer outra coisa relacionada ao
assunto na última prateleira do armário da cozinha. Nada mais inteligente do
que começar por lá. Depois de muito fuçar, achei. Achei a minha letra de
criança garrancho estampada em uma cartela de bingo amarelada. É,
lembrando da paixão que ela tinha por bingo, com certeza anotei aquela receita
na casa dela. Muito provável depois de devorar uma travessa de bolinhos.
Não
vou mentir para vocês, fiquei morrendo de medo de estragar tudo. Principalmente o gosto
guardado na memória. Como de praxe, chamei a minha mãe para ficar na cozinha e
me dar apoio moral é, eu faço isso quando estou insegura. No final deu certo e, felizmente, o gosto
continuou tão bom quanto eu me lembrava! Não vou dizer isso porque é a receita da minha avó, mas honestamente, a receita é espetacular. Além dele ficar super ultra fofinho, a doçura fica na medida certa.
Vem comigo!
Para
uma travessa de bolinhos de chuva:
- 2 xícaras de farinha
- 2 ovos em temperatura ambiente
- ½ xícara de chá de leite integral
- 5 colheres de sopa de açúcar
- 2 colheres de chá de fermento
- 1 pitada de sal
- Q/N de óleo
Para
polvilhar:
- ½ xícara de chá de açúcar
- 1 colher de sopa de canela em pó
Com
um fouet, bata os ovos com o açúcar até formar um creme homogêneo e amarelado.
Em
seguida, peneire a farinha com a pitada de sal sobre o creme de ovos. Misture
com um fouet até a massa ficar bem homogênea.
Adicione
o leite e misture novamente até a massa obter uma consistência cremosa. Certifique-se de que não se formaram grumos de farinha.
Por
último adicione o fermento e misture delicadamente para incorporá-lo à massa -
sem bater de demais, ok?
Em
uma panela, adicione óleo para fritar. Espere o óleo esquentar bastante e frite dos dois lados até os bolinhos ficarem moreninhos. Utilizei
a medida de uma colher de chá para cada unidade, assim ele fica moreninho e não
corre o risco de ficar cru por dentro. A medida que forem ficando prontos, vá
secando com um papel toalha.
Bon
Appétit!
Bisous,
Mariana
Muller
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