3 de março de 2015

Gosto de saudade: Bolinho de Chuva da Vovó


Acredito que assim como eu, todos tenham algumas comidas no meu caso várias que marcaram a vida de alguma forma. Da mesma forma como uma música, um cheiro ou até mesmo uma palavra podem trazer a tona memórias adormecidas, comidas também têm esse mesmo poder. Pode ser aquele bolo que a sua avó fazia especialmente para você, aquela comidinha que a sua mãe preparava quando você ficava doente e por aí vai. Há muito tempo venho me preparando para fazer essa receita. Acho que esse quitute é um daqueles que todo mundo já teve o prazer de comer quando criança e, depois de adulto, deixou cair no esquecimento. A receita de hoje veio do fundo do baú e repleta de saudade: bolinho de chuva da vovó.



No final do ano passado, durante uma tarde na agência, uma pessoa comentou em voz alta que estava com vontade de comer bolinho de chuva, mas que não tinha nenhuma boa receita na manga. A conversa passou pela Palmirinha, pelo fato de que apesar de simples nem sempre a receita era boa, que o principal ingrediente era amor e, por último, que apenas avós tinham o dom de preparar um bom bolinho de chuva.



Tive que concordar com todos os pontos, mas em especial o último: nunca ninguém conseguiu reproduzir com tanta maestria a receita da minha avó Lourdes. O bolinho de chuva dela era capaz de dobrar até o mais enjoado. Durante esse momento de puro saudosismo, lembrei que quando mais nova havia pego a receita com ela e que, muito provavelmente, ainda tinha ela guardada em algum lugar.


Temos o hábito de guardar os livros de receitas e qualquer outra coisa relacionada ao assunto na última prateleira do armário da cozinha. Nada mais inteligente do que começar por lá. Depois de muito fuçar, achei. Achei a minha letra de criança garrancho estampada em uma cartela de bingo amarelada. É, lembrando da paixão que ela tinha por bingo, com certeza anotei aquela receita na casa dela. Muito provável depois de devorar uma travessa de bolinhos.



Não vou mentir para vocês, fiquei morrendo de medo de estragar tudo. Principalmente o gosto guardado na memória. Como de praxe, chamei a minha mãe para ficar na cozinha e me dar apoio moral é, eu faço isso quando estou insegura. No final deu certo e, felizmente, o gosto continuou tão bom quanto eu me lembrava! Não vou dizer isso porque é a receita da minha avó, mas honestamente, a receita é espetacular. Além dele ficar super ultra fofinho, a doçura fica na medida certa.



Vem comigo!

Para uma travessa de bolinhos de chuva:
  • 2 xícaras de farinha
  • 2 ovos em temperatura ambiente
  • ½ xícara de chá de leite integral
  • 5 colheres de sopa de açúcar
  • 2 colheres de chá de fermento
  • 1 pitada de sal
  • Q/N de óleo
Para polvilhar:
  • ½ xícara de chá de açúcar
  • 1 colher de sopa de canela em pó
Com um fouet, bata os ovos com o açúcar até formar um creme homogêneo e amarelado.








Em seguida, peneire a farinha com a pitada de sal sobre o creme de ovos. Misture com um fouet até a massa ficar bem homogênea.


Adicione o leite e misture novamente até a massa obter uma consistência cremosa. Certifique-se de que não se formaram grumos de farinha.


Por último adicione o fermento e misture delicadamente para incorporá-lo à massa - sem bater de demais, ok?



Em uma panela, adicione óleo para fritar. Espere o óleo esquentar bastante e frite dos dois lados até os bolinhos ficarem moreninhos. Utilizei a medida de uma colher de chá para cada unidade, assim ele fica moreninho e não corre o risco de ficar cru por dentro. A medida que forem ficando prontos, vá secando com um papel toalha.




Para finalizar, misture o açúcar com a canela e passe os bolinhos ainda mornos pela mistura.



Bon Appétit!

Bisous,

Mariana Muller

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