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8 de setembro de 2015

Domingo em família: Fusilli Tricolore com Abobrinha, Queijo Brie e Crispy de Presunto Crú


A cada final de semana que passa, eu tenho a leve sensação certeza de que a minha família conta comigo para fazer algo - o almoço, o jantar, a sobremesa ou qualquer outra coisa que seja de comer. De acordo com a minha mãe, a culpa é inteiramente minha. Desde que comecei com o blog, encontrei nos finais de semana o tempo suficiente para testar todas as minhas receitas. Resultado: deixei uma família inteira mal acostumada e agora não tenho mais para onde fugir. Domingo passado, só para variar, a missão do almoço ficou comigo novamente: Fusilli Tricolore com Abobrinha, Queijo Brie e Crispy de Presunto Crú.


Por mais simples que a receita seja, ela exigiu técnicas de camuflagem que nem o exército brasileiro conhece. Morro de vergonha de contar esse tipo de coisa, mas aqui em casa o pessoal é fogo quando o assunto é comida. Quando eu compro alguma coisa com o intuito de colocar em uma receita e sei que pode agradar os outros, eu tenho que esconder. É minha gente, esconder. Escondo senão o meu pai pega para colocar no aperitivo ou meu irmão ataca quando vem nos visitar. O pior é que ninguém avisa, e aí eu acabo descobrindo sempre em cima da hora. Já acostumadas com isso, eu e minha mãe descobrimos um universo de possibilidades dentro da geladeira: um alface vira um ótimo objeto camuflador, a gaveta dos legumes é um compartimento secreto, a caixa de leite vira uma parede e por aí vai. Se não tiver criatividade, as coisas somem da geladeira sem deixar vestígios.


Eu já queria fazer uma massa com queijo brie há algum tempo, mas os pedaços de queijo que eu comprava com antecedência - leia, sexta-feira pré final de semana - nunca conseguiram resistir mais que um ou dois aperitivos. Por algum motivo intervenção divina, o último pedaço comprado conseguiu resistir e chegou inteiro no domingo. Inteiro mesmo, sem nenhuma fatia cortada. Como um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar, eu entendi o sinal: era agora ou nunca. Claro que junto com o brie, também estava o presunto crú. Intacto. É, eu realmente não podia desperdiçar a chance.

Honestamente, essa é uma daquelas receitas que não tem erro. Acho que a probabilidade de misturar macarrão com queijo brie, presunto crú, abobrinha e creme de leite é, praticamente, nula. Minha gente, só tem coisa boa nesse balocobaco! Para os que não estão acostumado, o queijo brie deixa um gosto bem marcante e acaba imperando um pouco no prato. Como eu acho esse sabor maravilhoso, na próxima eu vou tentar com camembert. Acredito que o resultado deve ser maravilhoso! Coloquei abobrinha porque esse é um legume bem versátil e que vai super bem com queijo brie. No entanto, nada impossibilita mudar para outro legume de sua preferência. A única dica que eu dou e: preste atenção nos sabores para ver se eles harmonizam entre si.


Escolha uma boa massa curta e vem comigo!

Para 6 pessoas:
  • 500g de fusilli tricolore grano duro (ou qualquer outra massa curta)
  • 5 abobrinhas italianas médias
  • 300g de creme de leite (uma lata)
  • 1 cebola média picada
  • 300g de queijo brie
  • 100g de queijo parmesão ralado (um pacotinho)
  • 150g de presunto crú
  • 1 colher de sopa de manteiga com sal
  • Um fio de azeite
  • Sal a gosto
  • Pimenta do reino a gosto
  • Q/N de água para o cozimento do macarrão
Comece pelo crispy de presunto crú. Pique as fatias em tiras e, em uma frigideira quente, frite o presunto crú. Eu não coloquei azeite porque a carne é relativamente gordurosa. Se você sentir que a sua frigideira perdeu a anti-aderência ou a carne começou a grudar, não hesite em colocar um fio de óleo/azeite. Frite até a cor do presunto ficar escura e a textura crocante. Reserve.



Pegue o pedaço de queijo brie e pique em quadrados ou pequenas fatias. Não tire a casca, ok? Reserve.

Em seguida, passe para as abobrinhas. Lave-as bem e fatie-as com a ajuda de um mandolim em finas rodelas. Reserve.

Pique a cebola e reserve.

Em uma frigideira grande, derreta a manteiga com um fio de azeite. Em seguida, refogue a cebola até ela ficar transparente. Adicione as abobrinhas e refogue até que as rodelas estejam murchas. Desligue o fogo e reserve.




Pegue metade das abobrinhas refogadas e bata no liquidificador com o creme de leite e o parmesão ralado. Você vai obter um creme bem espesso. Reserve.

Cozinhe o macarrão em água fervente, salgada e com um fio de azeite. Preste bem atenção para não passar do ponto, afinal, queremos uma massa bem al dente. Quando o macarrão estiver pronto, escorra e separe um pouco da água do cozimento. Misture as abobrinhas refogadas, o creme de abobrinha e o queijo brie. Se a consistência estiver muito espessa, adicione pouco a pouco a água do cozimento. Acerte o sal e a pimenta do reino. Finalize com o crispy de presunto crú por cima.

Dicas: escolha um bom vinho branco seco ou um rosé para acompanhar o prato. Se quiser um sabor ainda mais marcante, finalize com manteiga trufada ou uma trufa ralada na hora.

Bon Appétit!

Bisous,
Mariana Muller

7 de julho de 2015

Comida invernal: Ragú de Linguiça Toscana


Quando o tempo esfria, o céu ganha tonalidades cinzas e o vento fica mais gelado, não tem nada mais gostoso do que aquela comidinha própria para aquecer o corpo da gente. Tem que ser um prato sem muita frescura e com certa consistência. Esse final de semana, o inverno decidiu aparecer de vez. No dia anterior ao nosso tradicional almoço de domingo, estava fazendo um frio lascado em São Paulo. A previsão do tempo apontava que os termômetros tendiam a cair ainda mais. Se eu fiquei triste? Jamais! O frio estava perfeito para preparar um típico prato invernal de domingo: Ragú de Linguiça Toscana.



O ragú de linguiça é um prato conhecido da Itália, apesar de ter na sua história um pézinho bem francês. O "ragoût" é um tradicional ensopado de carnes francês que, antigamente, era servido por camponeses. O nome do prato deriva do verbo "ragoûter", que significa "reviver um sabor antigo". Ou seja, incitar sabores do passado. Alguns historiadores apostam que o prato foi disseminado e incorporado à cultura italiana, quando o território ficou sob domínio napoleônico. Ele foi tão bem aceito pela cultura local, que é possível dizer que o ragú se desprendeu completamente das suas raízes ao desenvolver uma personalidade própria, garantindo a si mesmo uma origem completamente nova. 


O ragú, independente da sua versão (carne bovina, suína, peixe ou apenas legumes), é um daqueles pratos tão intensos que não há necessidade de nenhum acompanhamento - tirando uma boa taça de vinho e um pedaço de pão. Quando ele chega fumegante à mesa, nada faz com que ele deixe de ser o centro das atenções. Uma boa massa ou polenta, é mais que suficiente para apreciar e se deleitar com o molho espesso e aromático.



Aqui em casa escolhi a linguiça porque acho o seu sabor mais acentuado que o da carne, dando uma nota adocicada ao molho. Acredito que a experiência fica mais interessante. Sobre o tipo, escolhi trabalhar com a linguiça toscana da Salerno justamente pela qualidade da carne. Apesar de ser mais cara que as demais, a sua cor é mais bonita e quantidade de gordura presente bem inferior quando comparada as outras. Vai por mim, mas esse é o tipo de investimento que faz toda a diferença no resultado final! Sem muito mimimi, consistente e deliciosa, essa é a típica receita que vale a pena guardar na gaveta. Ela é digna de muitos repetecos.


Separe uma fatia de pão italiano para raspar o prato, e vem comigo!

Para 6 pessoas:
  • 500g de linguiça toscana
  • 2 cenouras grandes
  • 1 talo grande salsão
  • 1 cebola pequena
  • 3 dentes de alho
  • 1 pimenta dedo de moça
  • 1 xícara de chá de vinha tinto seco
  • 2 tomates
  • 3 xícaras de chá de molho de tomate sem tempero
  • Q/N de azeite
  • Sal a gosto
  • Pimenta do reino a gosto

Comece pelos legumes. Descasque as cenouras e corte em cubinhos bem pequenos. Reserve.






Em seguida, passe para o salsão. Retire as fibras do talo com a ajuda de uma faca - basta puxar que ela sai com facilidade. Corte também em cubinhos pequenos. Reserve.





Descasque a cebola, parte na metade e faça 4 cortes horizontais. Depois, cortes na vertical e pique com uma faca. Pique também os dentes de alho descascados. Reserve.




Depois, corte a pimenta dedo de moça pela metade, descarte as sementes e também pique bem miudinha. Reserve.



Descasque os dois tomates, retire as sementes e corte também em cubinhos. Reserve.


Em seguida, prepare a linguiça. Você deve retirar a carne da pele e pode fazer isso de duas maneiras muito simples: ou você empurra com o lado cego da faca a carne para fora da pele, ou então espreme a linguiça com as mãos. Eu achei mais simples fazer isso da segunda forma. Como nós vamos refogar a carne, eu aconselho bater a carne com a faca ou esmiuçar com os dedos. Reserve.






Depois de picar todos os legumes e preparar a carne da linguiça, passe para o cozimento do molho. Em uma panela quente, despeje um fio de azeite generoso e refogue primeiro a cebola. Quando ela estiver transparente, adicione o alho picado e pimenta dedo de moça. Continue refogando sem para para não queimar.



Quando a mistura estiver bem refogada, adicione a cenoura e o salsão picado. Refogue sem para de mexer, até a cenoura começar a mudar de cor.


Em seguida, adicione a carne da linguiça e com a ajuda de uma colher de pau, vá desfazendo os grumos. A carne deve ficar bem moída e incorporada aos legumes.


Quando a linguiça já estiver cozida, adicione o vinho tinto e deixe evaporar. Em seguida, adicione os tomates picados e o molho de tomate. Misture, abaixe o fogo, tampe e deixe cozinhar por aproximadamente 20 minutos. O molho deve adquirir uma consistência espessa, no entanto, se começar a secar rápido demais, adicione água aos poucos. Depois de pronto, acerte o sal e a pimenta do reino.



Dica: sirva com uma massa curta (penne, fusilli, orecchietti, rigatoni etc) ou uma polenta cremosa, acompanhada com um vinho tinto seco.

Bon Appétit!

Bisous,
Mariana Muller

22 de junho de 2015

Veggie: Penne com Cebola Caramelizada e Rúcula Crua


Eu já comentei inúmeras vezes que moro com o mais adorável ser herbívoro da face da Terra: mamãe. Minha mãe é uma das vegetarianas mais legais que eu já tive o prazer de conviver! Modéstia a parte porque ela é a minha mãe, já conheci alguns realmente chatos complicados. Não julgo a filosofia/escolha de vida, até porque acredito que cada um deve seguir o que bem entender. Mas, parto do princípio que tudo que é radical ou extremo demais, torna uma pessoa... Chata. Resumindo, Veroquinha não é crica implicante como uns e outros, o que torna ainda mais prazeroso o momento em que procuro cozinhar exclusivamente para ela. Final de semana passado, ela me pediu para assumir as panelas. O pedido calhou com o momento perfeito para agradá-la e, de quebra, colocar em prática uma receitinha daquelas: Penne com Cebola Caramelizada e Rúcula Crua.


As vezes eu acho que é pura implicância chatice minha, mas conversando com algumas pessoas percebo que eu não sou a única que tem achado os alimentos cada vez mais sem graça. Quando eu era pequena, lembro que as frutas, os legumes e as verduras tinham cores vibrantes e muito sabor. Hoje em dia, acho tudo meio aguado e bem mais ou menos #culpadostransgênicos. No dia anterior ao preparo, ao definir que usaria rúcula crua no prato, me programei para acordar bem cedo no dia seguinte para ir à feira. Ali, com certeza, eu iria achar uma rúcula vistosa, verde e saborosa amarguinha do jeito que eu gosto.



Para você que está lendo e acha que acordar cedo é um sacrifício, você está corretíssimo. Agora, se você acha que é um sacrifício acordar cedo para ir à feira, você está estupidamente enganado. Eu amo ir à feira! Acho incrível andar por meio daquele caos milimetricamente desorganizado. Passear por meio das barracas vendo cores, formatos, e sentindo diferentes cheiros, faz das compras um passeio delicioso. Até porque, na maioria das vezes, esse passeio acaba com pastel e caldo de cana há!


Fiz a receita mais por curiosidade do que por vontade. No final das contas, eu queria descobrir se o método de cocção era bom e se o prato ficava tão gostoso assim como diziam. Sabe quando você fica com aquela pulga atrás da orelha? Quando a certeza de que vai ficar ruim supera a de que vai ficar bom? Vamos lá, macarrão cozido no caldo de legumes com cebola não é lá muito convincente. Mas, como eu sou curiosa e teimosa, testei. E quer saber? Di-vi-no. Só a aparência da massa já fica maravilhosa! Por conta da cebola caramelizada, o macarrão adquire uma tonalidade marrom bem apetitosa! Além disso, o gosto da cebola fica adocicado e não forte, deixando a massa bem saborosa. Para melhorar ainda mais, devido a cocção feita no próprio caldo de legumes,  a massa fica molhadinha e suculenta. 



Desencana dessa ideia de que todo prato precisa ter carne, e vem comigo!

Para 4 pessoas:
  • 1 pacote de macarrão do tipo penne (se não tiver, pode ser outra massa curta)
  • 4 cebola grandes
  • 1 maço de rúcula
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 2 xícaras de chá de água
  • 3 xícaras de chá de caldo de legumes
  • Parmesão ralado
  • Sal a gosto
  • Pimenta do reino a gosto

Lave a rúcula em água corrente, certificando-se de que não há terra, sujeira ou algum bichinho entre as folhas. Divida em duas ou três partes.

Corte a cebola pela metade e em seguida em fatias/meia lua. Procure cortá-la de forma uniforme, sem deixar as fatias muito finas ou muito grossas, mantendo uma espessura padrão. Reserve.


Esquente a água e o caldo de legumes separados. Quando ambos estiverem quentes, desligue e tampe ou abaixe o fogo completamente. O importante é deixar os líquidos aquecidos.

Em uma panela, derreta a manteiga. Quando ela tiver derretido completamente, comece a refogar a cebola. Abaixe o fogo, tempere com um pouco de pimenta do reino e refogue devagar. A cebola deverá murchar e mudar de tonalidade aos poucos. De branca, ela passará para transparente, de transparente para marrom claro e assim em diante, até adquirir uma cor marrom mais escuro. Preste atenção, ela não deve queimar muito. O objetivo é caramelizar levemente e depois tostar delicadamente a cebola - não queremos gosto de queimado.






Em seguida, adicione a água e o caldo de legumes. Com a ajuda de uma panela de pau, misture a cebola de modo com que o "queimado" no fundo da panela se desprenda e incorpore no caldo. Coloque a massa no caldo, aumente o fogo para médio/alto e deixe o macarrão cozinhar conforme as instruções. Como eu uso massa grano duro, demora cerca de 9-12 minutos para deixar a massa cozida e al dente. A água começará a secar e é normal. Se ela secar rápido demais, adicione mais um pouco de água morna. Só tome cuidado para não colocar água demais e deixar a massa mole.





Quando a massa estiver pronta, desligue o fogo. Pique grosseiramente com as mãos as folhas e misture a quantidade que for do seu agrado (eu misturei metade). Acerte o sal e a pimenta do reino.


Finalize o prato com folhas inteiras por cima e com parmesão ralado.

Dica: se você acha rúcula uma folha muito amarga, reduza a quantidade utilizada.

Bon Appétit!

Bisous,

Mariana Muller