Durante a semana, para o jantar, normalmente comemos
uma saladinha com filé ou então uma sopa/creme. Por causa do meu pai fofinho,
há muito anos minha mãe “instaurou” a prática de preparar algo leve à noite ao invés de comidas pesadas e calóricas. No entanto, acho válido dizer que nem
sempre foi assim. Durante a minha infância, os jantares aqui em casa eram BEM diferentes! Veroca nunca foi a favor de fazer lanches, mas sim pratos e mais
pratos. Estou falando de comida mesmo: arroz, feijão, purê, legumes, carnes, massas, sopas só faltava a farinha. Dos muitos pratos que ela preparava,
tinha um que eu achava demais: macarrão com molho branco e copa defumada.
Na última prateleira do armário da nossa cozinha existe uma “mini biblioteca” de livros de culinária. Não,
os livros não são meus e sim, de minha mãe. De acordo ela, são “materiais que
toda mulher casada deveria ter nos anos 80”. Acho isso o máximo! As vezes eu
pego um deles para ler, me inspirar e criar algo novo. As receitas são retratos fiéis não só
daquela época, mas das cozinhas das chamadas “mães/esposas da modernidade”. Pode parecer
besteira, mas eu fico impressionada de ver como alguns pratos são capazes de
marcar uma geração, tornarem-se ícones e depois caírem no esquecimento. São
receitas quase que caricatas! Por exemplo, tem uma de patê de fígado para
receber convidados, lagarto recheado para o jantar, coquetel de camarão para o aperitivo, salada
waldorf, salada de batata russa e por aí vai. Falei um pouco sobre isso quando
fiz o estrogonofe de cogumelos, lembram?
Enfim, minha mãe retirou essa
receita de um livro e adaptou de acordo com o seu paladar. Já contei que ela
nunca foi fã de presunto, certo? Ao invés de seguir a receita original ela
preferiu colocar copa defumada para dar mais sabor. Por mais que eu tente, não consigo imaginar esse prato
com presunto. A troca foi tão acertada que nem parece ser uma alteração. O sabor é marcante e combina maravilhosamente bem com o molho branco branco. Resumindo: fica divido. Até hoje, mesmo depois de ter assumido o vegetarianismo como filosofia
de vida, ela continua colocando copa quando faz esse prato. Se você está pensando que é por nossa causa, já vou dizendo que não. Ela faz isso porque diz que
esse é o ingrediente "secreto" responsável pelo toque especial presente na massa.
Da última vez em que ela quis fazer a receita, roubei o seu lugar e ainda por cima decidi mudar um
pouquinho o roteiro. Para dar cor ao prato e agradar a minha mãe, adicionei um pouco de
ervilhas. Apesar dela ter adorado, honestamente acho que elas não fizeram A diferença. Claro que
com um verdinho o prato ficou mais vivo e apetitoso. Mas, se você não for fã de
ervilhas ou simplesmente não quiser comprar para fazer exclusivamente essa receita, não tem problema. Com ou sem, o sabor continua tão fantástico
quanto. Sobre a copa, se estiver muito cara ou então achar o gosto forte demais,
pode trocar por salame. Mesmo não tendo um gosto tão acentuado, ele quebra o galho com muita competência.
Separe os ingredientes, ligue o forno e vem comigo!
Para uma travessa:
- 500g de penne – ou qualquer outra massa curta (fusilli, orechiette, rigatoni etc)
- 200g de copa (ou salame)
- 1,2L de leite
- 1 colher de sopa de manteiga + 1 colher de chá para refogar a ervilha
- 4 colheres de sopa (cheias) de farinha
- ¾ de xícara de chá de parmesão ralado + para gratinar
- 1 xícara de chá de ervilhas (opcional)
- 200g de creme de leite
- Pimenta do reino a gosto
- Sal a gosto
Pique a copa em pequenos
pedaços.
Refogue a ervilha na manteiga e reserve.
Em seguida, passe para o molho
branco. Em uma panela, a colher de sopa de manteiga, adicione a farinha e cozinhe até ela
ficar amarelinha. Retire do fogo, adicione o leite aos poucos e mexa
vigorosamente com um fouet para não empelotar e dissolver bem os grumos de
farinha. Volte para o fogo até ele engrossar um pouco.
Adicione as ervilhas, o parmesão e a copa picada. Rale pimenta para dar sabor e
acerte o sal se houver necessidade (lembre-se que parmesão e copa já são bem
salgados).
Desligue o molho e adicione o
creme de leite. Reserve. Pré-aqueça o forno à 180º.
Coloque a água para esquentar.
Quando ela ferver, coloque o macarrão para cozinhar. Como a massa vai ao forno
e acaba cozinhando um pouco mais, é imprescindível que você acerte o ponto dela. Ela deve ficar al dente, senão um pouco mais durinha. Eu usei uma grano
duro que ficou em média 8 minutos cozinhando. Escorra a massa quando estiver
pronta.
Se houver necessidade,
esquente um pouco o molho reservado para ralear – mas sem deixar borbulhar para não correr
o risco de talhar, ok?
Espalhe o macarrão em uma
travessa e cubra com o molho. Misture bem para ter certeza de que a copa ficará
bem espalhada.
Finalize com queijo parmesão ralado, leve ao forno e espere
borbulhar. No meu forno demorou algo em torno de 10/15 minutos. Quando levantar
fervura, ligue o grill para gratinar o queijo.
Dica: eu usei essa quantidade
de farinha porque prefiro o molho um pouco mais ralo, mas se quiser algo mais consistente basta adicionar mais uma colher. Como a massa vai ao
forno, quando o molho fica muito grosso, ele corre um enorme risco de secar por isso da minha escolha.
Bon Appétit!
Bisous,
Mariana Muller
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