15 de setembro de 2014

Clássico da vó: Batata Gratinada com Molho Branco e Queijo


Desde pequena tenho o hábito de comer batata gratinada. Minha avó por parte de mãe aproveitava os almoços de família e, sempre que podia fazia uma travessa suculenta para acompanhar algum outro prato. Naturalmente, virou um clássico lá de casa. Tirando meu pai que não é muito fã, eu, meu irmão e minha mãe a-ma-mos. Batata gratinada é figurinha marcada em almoços de domingo e aniversários, e claro, no Natal. Sempre fazemos uma travessa bem grande com o objetivo de sobrar. Yeap, sobrar. Sobra para o ataque noturno o repeteco do dia seguinte, para a draga do meu irmão fazer uma marmitinha e levar para a casa dele e assim em diante.

O grande ponto dessa história toda é que eu SEMPRE achei que essa era uma receita inventada pela a minha avó materna. Afinal, sempre comia na casa dela, nos almoços que ela preparava. Quando decidi testar a receita pela primeira vez, chamei minha mãe para ficar de olho. Conversando enquanto descascava as batatas fiz uma descoberta chocante: fui enganada a minha vida inteira.



A verdade: a minha avó materna pediu chupinhou essa receita da minha avó paterna. A autora desse prato era a Dona Lourdes e não a Dona Julia como eu tinha certeza absoluta. Basicamente, em um dos almoços que elas tiveram juntas, D.Julia experimentou, adorou, pediu a receita e começou a reproduzir para a família dela. Fiquei em choque, claro.

Enfim. Chocante.


Ao longo dos preparos feitos em casa, minha mãe foi modificando um pouco a receita a fim de torná-la mais leve light. Menos queijo, menos creme de leite, menos sal, menos manteiga. Resumindo: tirou um pouco da graça da batata. Quando eu quis aprender, já fui logo avisando que seguiríamos a receita original. Como ela me acompanhou durante o processo para ver se eu fazia alguma besteira, diversas vezes tentou me fazer mudar de ideia alegando que não havia necessidade de exagerar tanto tolinha.

Ela pode até ter ficado um pouco bicuda com os excessos, mas no final das contas, concordou que a batata tinha ficado muito melhor. Melhor que a dela.



Quer saber do que eu estou falando? Vem comigo!

Para uma travessa:

  • 7 batatas médias
  • 1L de leite integral
  • 200g de creme de leite (duas caixinhas)
  • 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado (de preferência o ralado na hora, ok?)
  • 400g de queijo muçarela ralada ou em fatias (se você utilizar a ralada, pode precisar de mais ao longo do processo)
  • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
  • Q/n de noz moscada
  • Q/n de orégano seco
  • Q/n de manteiga
  • Q/n de sal
Em água quente, cozinhe as batatas com casca até elas ficarem macias (algo em torno de 15 minutos, mas pode variar). Você saberá que a batata está no ponto, quando enfiar um garfo e ele entrar facilmente. Aqui você deve prestar bastante atenção: cuidado para a batata não cozinhar demais. Se ela passar do tempo, ficará mole e você terá dificuldade na hora de cortar em rodelas. Quando der o ponto, retire-as da água, espere esfriar um pouco e descasque-as. Reserve.




Em um bowl e com um fouet, misture a farinha, o creme de leite, metade do parmesão e o leite integral.  Aos poucos e de acordo com o seu paladar, adicione o restante do queijo parmesão. Rale um pouco de noz moscada e acerte o sal. Não exagere no parmesão e não deixe o molho muito salgado, ok? Lembre-se que ainda usaremos muçarela e manteiga. Reserve.







Corte as batatas em rodelas (quanto mais finas, melhor) e disponha uma primeira camada direto na forma que será utilizada. Não faça isso na tábua, eu fiz com a primeira camada e elas saíram grossas. Fazendo diretamente na mão, você tem mais controle. Pincele – sem encharcar – manteiga derretida sobre as rodelas. Em seguida, salpique orégano em cima delas.




Cubra as rodelas com a muçarela ralada – eu uso ralada porque gosto mais do efeito na hora que derrete. Ela “entra” pelos espaços e deixa o prato mais gostoso. Se preferir, utilize em fatias que não tem problema. Inclusive, a muçarela rende mais quando cortada em fatias.



Espalhe um pouco de molho sobre o queijo. Não muito, afinal, utilizaremos molho em mais quatro ou cinco camadas.



Repita o processo até a batata acabar – batata, manteiga derretida, orégano, queijo e molho. Antes de montar a última camada de muçarela, com a ajuda de duas colheres, DELICADAMENTE abra espaços na batata para que o molho escorra bem entre as demais camadas.








Leve para gratinar à 200º. Cubra a travessa com papel alumínio para não ressecar a batata e perder o molho. Quando começar a ferver (é super rápido! Algo em torno de 10 minutos), retire o papel alumínio e gratine o queijo rapidamente. Não deixe ferver muito para o creme de leite não talhar.

Dicas: como a batata estará fervendo, eu sugiro que você espere um pouco na hora de servir. Se não quiser esperar, já vou logo avisando que você corre sério risco de desmontar toda a batata. Ela vai muito bem com carnes vermelhas.

Bon Appétit!

Bisous,

Mariana Muller

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