30 de junho de 2014

Na terceira vez a gente acerta: Rolls de Chocolate


Eu com a minha incontrolável mania de cozinhar aquelas coisas que eu NUNCA fiz na vida, me aventurei novamente. Vi uma receita de rolls de chocolates em um site gringo e, para variar not fiquei morrendo de vontade! Como todas as vezes segui o roteiro já pré-estabelecido: li a receita, separei todos os ingredientes para ficar mais fácil, respeitei todas as medidas e tempos determinados, assei e... Deu tudo errado. Mesmo. Intragável, duro, com gosto de massa. E-CA.


Fiquei louca da vida, óbvio. De verdade, eu me senti super humilhada. Tinha tudo para dar certo! Lá fui eu entender porque havia dado errado. Reli a receita e bingo! Como não tinha fermento biológico em pó, eu achei que estava tudo bem trocar pelo fresco. Só que não. Pesquisando eu descobri que um saquinho do desidratado equivale a três quadradinhos do fresco – mesmo que seja a mesma quantidade (em gramas). Definitivamente, não daria certo. Ok, vamos para a segunda tentativa.

E lá fomos nós novamente. No caso, eu. Separei tudo novamente, me certifiquei de estar usando todos os ingredientes como mandava a receita fiquei temerosa em ousar demais, reli passo a passo, deixei a cozinha preparada e mãos à obra. Resultado: errei novamente. Na hora pensei “que porra é essa?” “como assim?”. Se da primeira vez foi humilhante, na segunda eu queria me atirar do décimo primeiro andar. Não era possível, aquilo não podia estar acontecendo comigo. Dessa vez o gosto ficou bem gostoso, mas a textura... Fuén. Além de não ter crescido muito, o roll ficou duro em volta. Mas que cazzo! O que estava acontecendo Senhor?!?!? Uma luz, só precisava de uma luz. Depois daquele desespero inicial tentando descobrir MAIS UMA VEZ o que eu tinha feito de errado... TADÁ! O leite morno que é misturado com o fermento biológico em pó bendito fermento, aparentemente estava muito quente. E quando o leite está quente demais, ele estraga todo o processo e a massa não cresce. De fato, a mistura não espumou como deveria. Mas é claro que eu pensei que isso não fosse influenciar muito. Pois é, influenciou a receita inteira.


Ok, eu já tinha descoberto o que tinha dado de errado. Se Thomas Edison fez inúmeras tentativas até conseguir inventar a lâmpada elétrica, porque eu não podia tentar novamente? E mais uma vez, lá fui eu separar tudo de novo. Me certifiquei que o leite estava morno, ou seja, mergulhei meu dedo dentro da panela para ver se eu aguentava tranquilamente. E recomecei. Recomecei morrendo de medo de dar errado de novo. Bati a massa, esperei o leite ESPUMAR, misturei cuidadosamente, pré-aqueci o forno direitinho, enrolei, ajeitei os rolls na forma e comecei a rezar alucinadamente coloquei no forno.


Passados os 20 minutos: ELES CRESCERAM. Foi uma cena bem ridícula, confesso, mas não estava me contendo de alegria quando eu vi que tinha acertado. Risos e risos pela cozinha. Depois de duas tentativas fracassadas, eu tinha conseguido reproduzir a receita di-rei-ti-nho. Sim, eu fiquei mega-ultra-blaster feliz. Como já tinha passado da meia noite quando isso aconteceu, tive que esperar pela aprovação da família.


Café da manhã, lá estava eu – sem atrasos – na mesa. Minha mãe chegou na cozinha e não entendeu nada. Meu pai entrou logo em seguida e perguntou se eu estava doente – acho que ele nunca me viu na cozinha antes das 7h. Uma mordida aqui, outra ali. Mastiga, mastiga, engole. Um gole de café. Mais uma mordida. E finalmente, o veredicto: aprovado! Massa boa, gosto bom, recheio gostoso. Tudo conforme o planejado tirando as etapas extras. Tu-do.

Quer se aventurar? Vem comigo!

Para 12 rolls de chocolate:

Para a massa
  • 250g de farinha
  • 10g de fermento biológico em pó (um sachê)
  • 50g de açúcar
  • 1 ovo em temperatura ambiente
  • 120ml de leite (integral)
  • 3 colheres de chá de manteiga sem sal (em temperatura ambiente)
  • 1 pitada de sal

Para o recheio
  • 340g de chocolate meio amargo
  • 30g de açúcar
  • 3 colheres de chá de manteiga sem sal (em temperatura ambiente) 

Para pincelar os rolls
  • 1 ovo em temperatura ambiente
  • 2 colheres de sopa de leite 

Comece pela massa. Na batedeira, misture a farinha com o sal (com o batedor de arame/massas leves). Reserve.

Esquente o leite até ele ficar morno. Ou seja, se você não tiver um termômetro de cozinha, o ponto certo é aquele em que você mergulha o dedo e consegue ficar com ele lá dentro tranquilamente. Misture com uma pitada de açúcar e o fermento biológico em pó. Espere 10/15 minutos até a mistura começar a ESPUMAR. Se não espumar, recomece. (Se você tiver um termômetro, a temperatura ideal é 46ºC ou 116ºF).



Enquanto você espera a mistura espumar, bata o ovo em temperatura ambiente com o restante do açúcar.


Quando a mistura estiver espumando, aos poucos, misture-a com o ovo batido com o açúcar.



Ligue a batedeira em velocidade baixa (ainda com o batedor de massa leve), e aos poucos, incorpore a mistura líquida aos secos. Em seguida, coloque a manteiga aos poucos.



Troque o batedor pelo de massas pesadas (em formato de gancho) e deixe a batedeira trabalhar a massa por 10 minutos – ainda em velocidade baixa. A massa deve ficar homogênea, lisa e meio grudenta (desde que esteja soltando do bowl e do batedor com facilidade). Cubra com um filme plástico ou pano de prato e, deixe a massa repousar em um ambiente quente por 1h30.



Passe para o recheio. Corte o chocolate em pedaços e coloque no processador de alimentos ou liquidificador. Bata até ele ficar bem triturado. Acrescente o açúcar e bata novamente (apenas para misturar). Adicione a manteiga e bata mais uma vez. A mistura deve ficar com a aparência de uma farofa úmida, meio empelotada. Reserve.





Prepare a assadeira. Eu usei uma de cupcakes para deixar os rolls com uma aparência bonitinha. Unte com manteiga e enfarinhe. Reserve.



Dez minutos antes de abrir a massa, pré-aqueça o forno à 180º.

Enfarinhe uma superfície lisa e abra a massa com a ajuda de um rolo – cuidado para não deixa-la muito fina. Deixe a massa com o formato de um retângulo.



Espalhe o recheio sobre a massa aberta.


Enrole a massa (como se fosse um rocambole) pela sua largura. Corte os rolls e disponha-os na forma. Bata o ovo com o leite e pincele os rolls com a ajuda de um pincel.




Asse em forno pré-aquecido à 180º por 15-20 minutos. Como a temperatura varia de forno para forno, eu sugiro que você faça o teste do palito.

Respire aliviado, você também é um vencedor rs.

Dica: o roll fica mais gostoso morno. Na hora de comer, esquente-o rapidamente no forno.

Bon Appétit!

Bisous,

Mariana Muller

27 de junho de 2014

Sem lactose: Leite de Amêndoas


Quem conviveu comigo lááááá atrás, sabe o quanto eu sofri com as minhas alergias. Começou com a bronquite, depois passou para a dermatite atópica e ao longo da minha infância e adolescência desenvolvi todas as outras "ites". Não foi fácil. E as visitas romarias à dezenas de médicos? Quase que mensalmente eu conhecia um médico novo. Tinha o homeopata, o alopata e os de alguma medicina alternativa que a minha mãe acabava descobrindo. Cada um tinha uma teoria. E uma delas é que eu não podia comer nada que tivesse lactose, corante alimentício (esse foi matador) e ovo. O jeito foi achar substitutos.


Durante um bom tempo (acho que quase um ano), cortei completamente doces, balas, sorvetes, salgadinhos, ovo e leite. Tá bom, as vezes eu comia umas balinhas escondidas da Veroca. Era impossível não comer bala/chiclete com nove anos de idade. O leite foi relativamente fácil no começo, mas no final do tratamento...

Quando eu descobri que não poderia mais tomar leite, a primeira alternativa foi tomar leite de soja. Naquela época o Ades ainda não existia (ele foi lançado próximo ao fim do meu tratamento clausura), então tomava um leite de soja em pó. Além dele, minha mãe comprava leite de cabra nojento, leite de arroz blé e leite de amêndoas. De todos, o que eu mais gostava era o de amêndoas. Ele tinha um gosto super agradável. Passado um ano do tratamento, graças a Deus minha mãe percebeu que aquele monte de proibições não estavam fazendo muita diferença. Finalmente, minha vida voltou ao normal e o consumo de leite de vaca também e o de balas, amém.


Um dia, lá estava eu sentada na frente da TV vendo Bela Cozinha, quando ela me tira uma receita de leite de amêndoas. Por mais chatinho que tenha sido esse período da minha vida, lembrei de como eu gostava da alternativa leite de amêndoas. Aproveitei que a minha mãe cortou o consumo de leite de vaca e achei legal repetir a dose. Lá fui eu atrás das amêndoas cruas. Uau que delícia! E o melhor de tudo: sobra farinha de amêndoas para bolo! É muito amor!

Se você é intolerante a lactose, vegano ou simplesmente não gosta muito do gosto do leite de vaca, essa receita é para você! Leite de amendôas é super benéfico para o organismo. Ele não é muito calórico, deixa a pele brilhante, mantém o coração saudável, mantém a digestão em dia, entre outras coisas muito bacanas!



Pare de perder tempo! Separe o seu liquidificador e vem comigo!

Para uma jarra de leite de amêndoas:
  • 1 xícara de chá de amêndoas cruas
  • 800ml de água filtrada

Lave as amêndoas em água corrente e em seguida deixe-as de molho na água por pelo menos 8h. É importante que a água cubra as amêndoas por completo, ok? Além disso, o recipiente deve ficar coberto por um pano/papel.



Passadas as horas, você perceberá que as amêndoas incharam bastante. Jogue fora toda a água e retire a pele das amêndoas. Como as amêndoas ficaram na água, retirar a pele é uma coisa bem fácil. Aperte com os dedos e puxe, ela sairá praticamente inteira.




Coloque-as no liquidificador e adicione a água filtrada. Se você quiser um leite um pouco mais cremoso, adicione menos água. Bata bem até triturar todas as amêndoas e a água ficar bem branquinha.


Cubra um recipiente fundo com um pano de prato LIMPO. Se quiser, prenda as bordas com prendedores de roupa. Despeje o líquido batido sobre o pano e espere ele descer. Faça uma trouxinha com o pano e aperte-o bastante para retirar todo o líquido possível. No final você verá que restou apenas uma pasta granulada e branca.




O leite pode ficar guardado na geladeira por até 3 dias.

Dicas: se quiser um leite mais docinho, ao invés de água filtrada é só bater com água de côco. Fica igualmente delicioso. Em hipótese alguma, jogue fora a pasta de amêndoas que fica no pano. "Seque-a" na panela em fogo médio (sempre mexendo) para conseguir uma farinha de ótima qualidade. Pelo amor, aqui tem que ser rápido para ela não queimar e ficar amarga, ok?

Cheers!

Bisous,

Mariana Muller

25 de junho de 2014

American breakfast: Panquecas Americanas


A cena acontece na maioria das vezes da seguinte forma: a mãe está no fogão preparando o café da manhã da família. O pai, que já está sentado à mesa, toma um copo de suco de laranja enquanto lê o jornal do dia. O filho, que chega correndo na cozinha, se senta a mesa pedindo o café da manhã. A irmã ou o irmão mais velho senta-se a mesa também e, prontamente começa a comer um bowl de cereal. A mãe, que está na beira do fogão, termina de preparar a comida e gloriosamente transporta um prato em suas mãos contendo: panquecas. Não uma, mas uma pilha delas. Delicadamente, ela deposita o prato sobre a mesa e em seguida despeja uma boa quantidade de maple syrup em cima delas. Todos comem. Fim.



Fim do filme, porque esse era o começo da tortura. Pelo menos a minha. Foi com essa cena que eu morri de desejo anos à fio durante a minha infância e adolescência.



Cereal matinal já foi moda no Brasil, pelo menos na minha época. Em casa, os que mais saiam eram o Honey Nuts #voltakelloggs e o Froot Loops. Então, isso nunca me chamou a atenção. Agora, com as panquecas foi tudo muito diferente. Confesso que sofri. Sofri porque nesse país ninguém tem o hábito de comer uma porção delas no café da manhã e, muito menos de prepara-las em algum momento do dia. A definição de panqueca aqui é completamente diferente da concepção americana. Aqui elas são salgadas, fininhas, recheadas e com algum molho por cima. Viu só, completamente diferente.


Anos atrás, passei novamente pela mesma situação: filme e uma pilha de panquecas fofinhas. Com direito a zoom na tela. Pronto, estava decidido que eu ia matar aquilo que estava me consumindo. Aquele dia fiz uma pesquisa rápida, me enfiei na cozinha e fiz lindas e fofinhas panquequinhas. Me acabei. Detalhe: com direito a VÁRIAS coberturas.



Aí, com o passar do tempo aprimorei aquela receita que era bem meia boca. Um ingrediente novo aqui, um pouco menos daquele ali, inverte a ordem do processo... Voilá! Cheguei a melhor receita de panquecas da face da Terra. Para comer com o que tiver no armário. Pode ser mel, manteiga, geleia, requeijão. O que for está valendo!

Vem comigo que eu sei que você também já passou essa vontade!

Para muitas panquecas:
  • 1 xícara de chá de farinha
  • 2 colheres de sopa de açúcar
  • 2 colheres de chá de fermento
  • ½ colher de chá de sal
  • 1 xícara de chá de leite
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 1 ovo em temperatura ambiente
  • Q//n de óleo vegetal (para fritar)

Derreta a manteiga e reserve. Bata o ovo com o leite. Adicione a manteiga e misture.


Em um bowl, misture a farinha, o açúcar e o sal. Adicione a mistura líquida.



Por último, adicione o fermento e mexa delicadamente. Deixe a massa descansar 5 minutos.


Em uma frigideira quente, adicione uma gotinha de óleo e espalhe bem. Com uma concha pequena, coloque uma porção no centro.


Quando começar a borbulhar, com a ajuda de uma espátula levante levemente a borda para ver se a panqueca está moreninha por baixo. Se estiver, vire para cozinhar do outro lado. Lembre-se que as panquecas devem ficar com uma coloração bonita, ok?






Dica: se você não for servir de imediato, pré-aqueça o forno à 180º quando estiver preparando a massa. Ao longo do preparo, coloque as panquecas que forem ficando prontas em um pirex e deixe-as no forno para continuarem quentinhas.

Bon Appétit!

Bisous,

Mariana Muller