De todas as sobremesas, uma
das que eu mais gosto faz parte da clássica culinária francesa: o Crème Brulée.
Para os que não sabem pronunciar, fala-se mais ou menos assim “crréme brrûlêe” biquinho
failed. A pronúncia é chata, mas o preparo é ridiculamente simples. Essa é
uma daquelas sobremesas práticas e perfeitas para impressionar os convidados ao
final de um almoço ou jantar. Não só bonita aos olhos de quem vê, com certeza é
uma das mais deliciosas para se degustar devorar.
A primeira vez que comi crème
brulée foi... Na balada. É, vocês não leram errado. Na finada Museum,
enquanto todos dançavam bebiam loucamente, lá estava eu sentada no bar
com fome (só para variar) e sem vontade de tomar uns drinks. Como a balada
inaugurou em SP com o conceito de ser um dining club, decidi que aquela era uma
ótima oportunidade para ver se era apenas uma proposta fantástica ou de fato
uma realidade. Perguntei para garçom se ele tinha alguma recomendação e ele
prontamente sugeriu o tal crème brulée. E foi assim, na balada, que nossa
história de amor começou.
Apesar de AMAR crème brulée,
até algumas semanas atrás nunca tinha preparado um em casa. Demorei um tempão
para criar vergonha na cara e comprar um maçarico. Existem alguns blogs que
mostram como fazer a crosta de açúcar com uma colher, mas aí – do meu ponto de
vista – perde toda a graça. Se você nunca cozinhou brincou com um
maçarico, não sabe o que está perdendo. Você fica com vontade de passar aquela
chama potente em toda e qualquer comida que você preparar. É demais.
Enfim, comprado o maçarico lá
fui eu atrás de uma boa receita. Encontrei muitas variações: com mel, com
leite, sem leite, sem açúcar, com essência de baunilha, com a fava etc. Fiquei
bem em dúvida de como deveria ser o preparo. A solução foi falar com quem entende:
uma chef de cozinha e o meu amado Larousse.fr. Conversando e pesquisando,
cheguei à conclusão de que o tradicional crème brulée não leva leite no
preparo. Por utilizar creme de leite fresco e ovos ele acaba ficando mais forte,
mas com certeza, mais gostoso. Claro que optei por utilizar a fava de baunilha
ao invés da essência.
E meus queridos, ficou
fantástico. O creme ficou “leve” e doce na medida certa. A cada colherada o
creme enchia a boca! Um espetáculo a parte. E quebrar a casquinha de açúcar?
Uma diversão.
Vem comigo!
Para 5 ramequins:
- 5 gemas
- 500g de creme de leite fresco
- 85g de açúcar + para finalizar
- 1 fava de baunilha
Hidrate a fava de baunilha em
água morna por 15 minutos. Depois, corte-a na metade e raspe as sementes com a
faca. Se não quiser hidratar, não precisa. A diferença é que você terá mais
dificuldade em fazer a raspagem.
Em fogo baixo, esquente o
creme de leite com metade do açúcar (40g). Adicione as sementes de baunilha na
mistura. Se quiser um gosto mais acentuado de baunilha, acrescente a fava
também. Quando começar a levantar fervura, desligue o fogo para o creme de
leite não talhar.
Enquanto a mistura de creme de
leite esquenta, bata as gemas com o restante do açúcar (45g) em um bowl. Bata
bem até formar um creme homogêneo.
Pré-aqueça o forno à 150º.
Quando a mistura de creme de
leite estiver no ponto, derrame-o sobre o creme de gemas. Separe a fava.
Misture com o fouet.
Coloque os ramequins em uma
forma baixa e encha ⅔ de cada um deles com o creme. Preencha até a metade da
forma com água morna. Cozinhe os cremes em banho-maria por 45/50 minutos.
Retire do forno, espere esfriar e leve à geladeira por 6h.
Na hora de servir, faça uma
camada de açúcar (aproximadamente uma colher de chá) e queime com o maçarico.
Não concentre a chama do maçarico em um único lugar para não deixar muito preto/queimado,
faça movimentos por toda a extensão do ramequim. A casquinha deve ficar
caramelizada e crocante.
Dicas: não jogue a
fava fora. Deixe ela secar completamente e coloque-a dentro do açucareiro para
fazer açúcar baunilhado. Se não tiver um maçarico em casa, coloque os ramequins
com açúcar dentro do forno e ligue o grill ou então, esquente BASTANTE o dorso
de uma colher na boca do fogão depois passe por todo o açúcar.
Bon Appétit!
Bisous,
Mariana Muller
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