10 de setembro de 2014

Vale a disputa: Quiche de Funghi Secchi



Sempre comi quiche e nunca me perguntei de onde ela vinha. Na realidade, justamente pelo nome e pelo conhecimento raso, presumi que ela era um prato TRADICIONALMENTE francês. Você também, né? Pois bem, saiba que fomos enganados esse tempo todo. Por pura curiosidade fiz algumas pesquisas e descobri que na realidade a origem da quiche é alemã whaaaaat?! A tradicional Quiche Lorraine nasceu na região (medieval) de Lothringen e recebia o nome de “kuchen” (torta). Bom, durante anos franceses e alemães brigaram loucamente por aquele pedacinho de terra. Quando finalmente a região foi incorporada ao território francês e nomeada de "Lorraine", a “kuchen” não só veio junto como também virou "quiche". 



Alemã ou francesa, o ponto é que eu já comi muitas quiches na minha vida. No entanto, foram poucas as que realmente valeram a pena. A melhor de todas foi em um café sem muito glamour em Paris, bem perto da Galerie Lafayette. Perfeição define: cremooooosa, massa espetacular e saborosa. Com certeza ela deve ter sido feita com o mais puro creme de leite da França e toneladas de manteiga. Who knows? Só sei que era divina. A segunda melhor quiche da vida é a que a minha mãe faz. Ela sempre achou a receita muita prática e rápida, ou seja, ideal para fazer nos dias em que o tempo está apertado. Fácil ou não, sempre fez muito sucesso na nossa mesa.


Dia desses combinei de ir ao teatro com uma amiga e antes ela passou em casa para batermos um papo. Como tudo na minha vida passou a ser desculpa para cozinhar e alimentar o blog, decidi fazer uma quiche para recebê-la. Lá fui eu atrás da receita da Dona Veroca. Claro que eu pedi implorei para ela me fazer companhia do começo ao fim. Ela ficou, meio a contra gosto, mas ficou.



Em relação a torta, ela ficou bem leve, super cremosa e com a massa bem delicada. Para a massa, minha mãe gosta de usar margarina por conter menos gordura. Eu, claro, escolhi utilizar manteiga e acho que assim ficou melhor. Não vejo muita graça em cozinhar com margarina porque o resultado não fica o mesmo, tanto no sabor quanto na textura. No final, apesar da dose de gordura presente, dona Veroca admitiu que tinha ficado melhor mesmo.


Ah! Eu fiz meia massa para uma forma de XXcm. Se quiser uma maior, é só dobrar as quantidades.

Para uma quiche de funghi secchi:
  • 1 xícara de chá de funghi secchi
  • 1 xícara de chá de farinha
  • 80g de manteiga com sal + 1 colher de sobremesa para refogar
  • 3 colheres de sopa de água gelada
  • 2 ovos em temperatura ambiente
  • 1 caixinha de creme de leite
  • 1 xícara de chá de parmesão ralado
  • 170g de iogurte natural integral (um copinho)
  • 2 colheres de sopa de cebola picada
  • Q/N de água fervente
  • Uma pitada de páprica picante
  • Sal a gosto


Em um bowl, coloque água fervente e hidrate os funghis desidratados por aproximadamente meia hora.



Enquanto o funghi hidrata, prepare a massa. Em um bowl, junte a farinha, a manteiga e a água gelada. Trabalhe a massa com as mãos até ela ficar lisa e homogênea. 





Com as mãos, abra a massa na própria forma. Se quiser, pode abrir a massa com um rolo. Leve a massa à geladeira por aproximadamente meia hora.




Pré-aqueça o forno à 200º.

No liquidificador, bata os ovos, o iogurte, o creme de leite, o parmesão e a páprica picante. Bata bem, prove e por último acerte o sal.



Passe os funghis por uma peneira e depois aperte-os com as mãos para retirar o máximo de água. Pique bem miudinho.




Em uma frigideira, coloque uma colher de sobremesa de manteiga e refogue a cebola rapidamente - apenas para amolecer e não queimar. Refogue o funghi logo em seguida. Desligue o fogo e reserve.





Retire a massa da geladeira e espalhe o funghi picado. Delicadamente, despeje o creme por cima.



Asse por 40 minutos. Depois abaixe o fogo para 180º e asse por mais 10 minutos.

Dica: se quiser servir a quiche como prato principal, basta preparar uma saladinha verde para acompanhar.

Bon Appétit!

Bisous,
Mariana Muller

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